quinta-feira, 13 de maio de 2010

Boicote à Conferência Municipal de Saúde 2010?

O senhor Alexandre Pinheiro publicou em sua página a informação de que "Entidades ameaçam boicotar Conferência".

Isso causa-me estranhamento, pois este seria o momento em que mais elas poderiam estar mobilizadas a participar, pois percebem que suas ações e decisões no Conselho de Saúde, apesar de toda a influência que o Poder Público Municipal tem sobre o Conselho, têm obtido êxito.

Vejamos o trecho publicado por Alexandre e depois continuo a comentar:

"Depois que a Câmara Municipal aprovou uma lei que proíbe a eleição de membros do Conselho de Saúde por mais de dois mandatos consecutivos, entidades da sociedade civil ameaçam boicotar a 13ª Conferência, que terá início nesta sexta-feira(14), na sede do Aldeota Clube.
O governo municipal, por meio da Secretaria de Saúde, insiste no convite á sociedade civil. A secretária Maria José Coutinho informou que mandou ofício-convite a todas as entidades sociais. “Estamos fazendo tudo para que a Conferência tenha a participação de todos e seja bastante representativa, vou usar os meios de comunicação para reforçar o convite”, concluiu a secretária."

Fonte:
Blog do Alexandre: http://alexandre-pinheiro.blogspot.com/2010/05/entidades-ameacam-boicotar-conferencia.html

Apesar dos esforços do Governo Municipal através da Secretaria de Saú
de, ao insistir em convidar a Sociedade Civil, inclusive por ofícios e meios de comunicação, o comentário de Alexandre demonstra uma certa preocução das lideranças do Poder Público Municipal em não conseguir o apoio institucional necessário para respaudar a composição do novo Conselho.

Suponho que, se entidades pretendem boicotar a Conferência, isso se deva p
elo fato de que não se sintam à vontade em indicar representantes que, mais à frente, podem ser responsabilizados perante a população pela desaprovação das contas da Saúde do Município e, assim, haver a redução de recursos federais.

Além disso, caso os senhores conselheiros venham a aprovar contas que, porventura, encontrem-se irregulares, o ônus da cobrança do Ministério da Saúde cairá sobre eles, redimindo em grande parte as lideranças
municipais de qualquer culpabilidade.

Dr. Almir sintetizou com grande propriedade o momento em que estamos passando, dizendo em outras palavras: não vivemos mais uma ditadura, como a dos anos 60 a 80. Mas ainda não aprendemos a vivenciar plenamen
te a Democracia.

Na verdad
e, condicionantes econômicos podem interferir muito mais em nossa vivência democrática do que a consciência política que nutrimos em nosso íntimo.

Contudo,
o que promove realmente a vivência da Democracia é mais a DIALÉTICA do que a concepção teórica de Cidadania.

Entretanto, não podemos utilizar as palavras como meios para ferir, mas para edificar, é nisso que acredito. Mas não podemos deixar de dizer o que tem que ser dito, mesmo que de maneira branda e sutil.

Finalizando, deixo-vos com uma célebre frase de Che Guevara que ilustra bem o meu pensamento:

"Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás!"



Um comentário:

  1. Caro professor Jânio, parabéns pelo texto! Uma simples pena em sua mão torna-se um poderoso instrumento de defesa do oprimido. O mesmo instrumento destoa em outras mãos, que pena, a tinta nao seca, mas, produz borrões, não cumpre seu papel de escritora da verdade. QUE PENA! Lamento o brilhantismo empregado em favor da opressão, do silêncio, da angústia do desvalido. Lamento, ainda, que a graça de Deus em forma de conhecimento, dada a pessoas, seja usada para o desserviço, para a proliferação mal. Rev. Oziel Galvão

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